Mar. Um estádio com este nome tem de ser palco de emoções fortes. Ninguém fica indiferente perante o mar. Neste caso, o do Leixões.
Já lá tinha estado esta época, mas no ano passado. Hoje, porém, o vizinho pobre recebia o rival rico, da cidade Invicta e sempre nobre.
Já vi muitos jogos de futebol, já assisti a muita pancadaria, mas, acreditem, não me lembro de sentir um ambiente tão tenso como esta noite. E sim, eram pessoas que se cruzam todos os dias nos cafés, nas ruas e no metro de superfície. Algumas, talvez, até partilhem o sangue.
Ao primeiro golo do F.C. Porto, uma explosão de alegria num camarote. Camarote? Isso é lugar para rico e o Leixões é feito de gente humilde, de gente do mar. Explosão, por isso, no seio da bancada em que eu estava a trabalhar.
Sai um cinto das calças de um leixonense direitinho à cara de quem festeja o penalty de Lucho. Uma multidão em fúria investe sobre quem olha de cima, do conforto do camarote.
Dois metros separam-me de tudo aquilo. Os «nobres» já não têm atitude digna, nem mesmo quando são convidados; a plebe insurge-se, pois claro, porque no Mar mandam eles e só eles o entendem.
Fiquei preocupado, confesso, estava a ver que aquilo ia sobrar para mim, embora me mantivesse no lugar, sem grandes movimentos.
É isto o Norte, é a isto que chamam bairrismo, de certeza.
O grandioso F.C. Porto está apenas a uma avenida de distância, mas Matosinhos também é grande. Pelo menos em alma não fica atrás dos azuis e brancos.
Empurram e esmurram na outra bancada. O Norte continua a lutar contra si próprio, mas, afinal, não é o Norte isso mesmo?
E se o Norte é isto, ao menos que seja vermelho. Por isso, sou do Leixões.
P.S.- Para o filho da puta que celebrou o 1-0 do F.C. Porto: festeja à vontade cabrão, mas depois não chames de «merda» a quem sofre por um emblema tão digno como o de Matosinhos. O cinto havia de ser meu...
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1 comentário:
LOOOL E BIBA MATOSIIIINHOOOOOOOOOS!!! :D lol do best!!!
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