Se há coisa de que gosto é de uma boa história. Seja num livro, num filme, num jornal, ou daquelas que temos em memória. Mas estas, que guardamos de cor, já conhecemos o fim. Gosto sobretudo daquelas em que conhecemos as personagens há anos, mas não sabemos como acabam.
Há noites em que aqui, na cidade, se lembra os tempos em que não passávamos de uma simples vila, onde os trintões de hoje eram putos irresponsáveis. (Nem assim deixaram de ser homens e mulheres com um futuro, agora presente, brilhante.)
Ficam os contos e eu adoro ouvir os mais velhos, os amigos da minha irmã, que agora são mais meus que dela (alguns), a lembrarem-se da adolescência. Eles nem davam conta, eu sei, mas, na verdade, presenciei muitas das situações que eles hoje falam. Porém, são aquelas a que nunca assisti que me arrancam gargalhadas profundas.
Não vou contar nenhuma em pormenor. São nossas, ficam aqui, metidas na terra desta terra, fechadas nas quatro paredes de uma igreja, garagem ou casa. Sim, passam baixinho....de murmúrio em murmúrio, só entre amigos, como frestas desses edifícios e locais, que somos nós, afinal.
O cineteatro não era o mesmo se o César não tivesse caído do telhado e ficado em coma; o jardim não era igual se não nos lembrássemos onde aprendemos os truques e fintas mais difíceis do futebol; o shopping não passava de um prédio feio e cinzento se não houvesse ali décadas História sampedrense, desde o «pub», «o taco», até às latas, para além das corridas e apostas loucas, aos jogos clandestinos.
São Pedro do Sul não era o que é hoje se não lembrássemos como se metia bombas de Carnaval debaixo do jipe da polícia - ou cucos, como se diz por cá - e os víamos sair da viatura, atarantados e de olhar «em riste».
Gosto desta terra. Gosto das pessoas que a fazem. Gosto das histórias que ela tem.
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1 comentário:
Este podia ser um texto sobre Pardilhó!!!! ;) S.Pedro do Sul é muito bonito e passei ai muitos bons momentos...mas ninguém me tira Pardilhó do coração ;)
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