quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Back in those days

Naqueles tempos éramos apenas uns tipos fixes.

Calças rotas, camisas de flanela, o «Yellow Ledbetter» cantado todas as noites, mesmo que cada um de nós tivesse a sua própria versão da letra. Cabelos compridos, claro, coisa intrínseca dos 90's.

Cigarros atrás dos pavilhões, bagaços matinais e cadernos pretos, como a maioria da roupa.

Éramos uns tipos fixes, pelo menos assim o entendíamos pela quantidade de miúdas à volta. Não lhes ligavámos muito, apenas durante uma hora ou assim. Claro que gostávamos delas, mas era cada um para seu lado e nada de dizer que se estava apaixonado. Isso ficava para o papel e para as cordas das guitarras.

Depois, lá íamos até ao nosso local (nunca fomos uma banda de garagem, fomos uma banda de adega), festejar a vida, vivê-la de modo romântico, ainda que tudo fizéssemos para parecer uns gajos duros. (Tão duros que um de nós atirou-se de um palco, partiu os dois braços e no dia seguinte estava lá em cima outra vez...)

Não havia telemóveis, ninguém sabia muito bem por onde andavam os outros. Mas tínhamos sempre maneira de encontrarmo-nos.

Nessa altura fui muito dado à escrita, à composição. Nos últimos tempos (anos) perdi-as. E voltei a ganhá-las. Alguém as devolveu, recentemente.

Aquele foi tempo de aventura, muita estupidez também, e de muitas boleias arriscadas, fossem de 20 km ou mesmo 200.

Hoje, cansado de esperar por coisas que não voltam, sento-me à beira da estrada e estico o polegar. Não sei em que carro vou entrar ou onde vou parar, mas levo o Moleskine comigo...just in case

7 comentários:

Jo disse...

ainda bem que alguém as devolveu :) é bom "ler-te"

há aaaaaaaaaaaaanos que não ouvia esta música :) mto 90s mm :)

AquiloQueEuSou disse...

Correcção Jo..é MUITO bom "lê-lo", há coisas que só mesmo escrevendo, há sentimentos que não têm outra forma de expressão senão com a escrita!!! E com a escrita somos verdadeiros e deixamos tudo correr para o papel (neste caso PC)...
Ora gostava de ver fotos desse tempo, não te imagino de cabelo comprido (lol), já a banda, a irreverência desses anos, consigo vê-la porque eu, e penso que todos passamos por ela!! (eu era das gajas que andavam sempre à volta dos gajos fixes lol) BONS TEMPOS!!!


P.S- Esta música...há SÉCULOOOOOOS que não ouvi isto!!

*

Zi disse...

Miss: Quanto às fotos, lê isto e ficamos conversados:

se mostro fotos à marta...
ela nao acredita
Jo:
pois n
ficavas tão mal

Rita disse...

Bom, acredito que não tenha sido num acesso de amor que escreveram o seu maior hit «Furo no Pâncreas». Havia problemas de saúde naquela banda além dos braços partidos, eh eh eh.

E quanto ao cabelo, quem não viu que não queira ver :)

Zi disse...

Bolas, eu a evitar trazer o «Furo» para aqui...sim, por acaso, essa música tinha a ver com um problema de saúde grave, do Nuno Maria, que esteve a um passo de ir para o outro lado :S Felizmente não foi e assim criámos essa bela canção, que já existia antes de eu chegar à banda. Ainda assim, tem uma sonoridade que ninguém esquece....então o título, ah ah ah ah. Quanto ao cabelo, também posso publicar umas fotos tuas a ticar órgão, jajajajajaja. Luv u sis

Lu disse...

Eheheheh! Não consigo imaginar... O que achas de "postares" uma dessas fotos? Hein? Hein? Pleeeeeease!

Jo disse...

É a música mai linda dos PJ, essa é que é essa. Ainda que cada um de nós tenha a sua própria versão. Pá, e que saudades das camisas aos quadrados. Felizmente ainda os temos, aos Pearl Jam. Enquanto houver Pearl Jam está tudo bem.